14 de maio de 2009

Crise de consciência precoce







Banho de mangueira na chácara dos tios Cláudia e Joacil.




Olá! Não sei quantas vezes já me desculpei por demorar tanto a postar, mas sou obrigada a fazer novamente. DESCULPA!!! Mas, eis aqui as últimas de Pedro Henrique.

PH está adorando ir à Igreja. Quase todos o conhecem por Pedrinho, a mesma forma como o chamam na escola. Uma das tias, que é a preferida dele, tem o mesmo nome que eu. Ele é apaixonado por ela e ela por ele. Ela o chama de "Pequeno Príncipe", igualzinho Tia Simone chama. Talvez isso faça com que ele goste tanto dela. E Lá tem uns meninos tão danados quanto ele. Dia desses um jogou água e depois areia nele. Estávamos no culto e ele entrou um "bife à milanesa". Mais tarde, ele deu um banho de areia em outro coleguinha. As tias até conseguem controlar um pouco, mas no final sempre vira bagunça, porque eles não obedecem. Ele agora está aprendendo músicas evangélicas. Já canta uma parte de "Faz um milagre em mim" e o refrão de "Deus do impossível". É muito lindo!!! O problema é que ele diz que as suas músicas são "Como Zaqueu" e "Tira essa paixão da cabeça". Morremos de rir porque ele não nos deixa cantar. Só ele pode cantar essas duas músicas. E esta segunda é de um cd que não ouvimos mais, só que ele não esquece. Por falar em Igreja, ele tem aprendido muitas coisas lá. Dei um beijão nele e disse que beijo porque fui eu que o fiz. Ele fez uma cara de bravo e disse: "Não foi você não, foi Jesus!" Outro dia, interrompeu a própria oração, onde o pai fala e ele repete, para lembrar ao pai de pedir à Deus que ele sempre caia de bunda quando pular para não machucar os joelhos. Ele também costuma pedir à Deus que proteja seus carrinhos e quando fica com raiva diz que vai pedir que não proteja nem a mim e nem ao pai. Como eu e Samuelson oramos em voz baixa, ele tenta nos enganar dizendo que já orou. Fui falar para ele me contar o que disse na oração e ele respondeu: "Eu orei caladinho porque o problema é meu e de Deus."

Dia desses estava pedindo à Samuelson que comprasse o xarope que sempre dou quando PP apresenta qualquer sintoma de gripe, o Melxi. Ele ouviu a conversa e interferiu: "Ei papai, você vai comprar um celular pra mim?" Aí explicamos que estávamos falando do Melxi, xarope. E ele disse: "Papai, criança pequena também já pode ter celular!" Ele entendeu que estávamos falando de chip de celular. Na verdade fiquei espantada por ele saber que os celulares tem chips.

Ontem ele pegou o meu estojo de lápis e, depois de desmontar quase todos para fazê-los de foguetes, eu falei que um dos lápis era do pai e que ele brigaria quando chegar. A reposta foi tão engraçada e grande, que nem eu e nem o pai conseguimos brigar: "Não, mas assim que ele chegar, eu vou pedir desculpa à ele. E ele vai me desculpar porque ele é o meu pai, porque ele gosta de mim, porque ele me acha bonito, porque todo dia de manhã quando eu acordo ele me acha bonito, e ele paga a minha escola, e ele deixa o dinheiro pra pagar a minha escola, e eu vou dizer 'desculpa papai', e ele vai dizer 'tá desculpado, meu filho'." E foi a primeira coisa que ele fez quando o pai chegou.

Dia desses ele disse que eu sou uma "comunicadora de melzinho de criança". Ele ganhou um melzinho desses que vem num tubinho pequeno de plástico e eu comi. Aí ficou com raiva e disse que eu sou isso aí. Perguntei o que significava e ele disse que é uma pessoa que come os melzinhos das crianças.

Vindo da escola, perguntei como foi o dia ele respondeu: "A escola foi boa, mas eu não tava muito animado. Eu tava preocupado se você jogou fora a minha revista." A revista é uma de ônibus que meu pai recebe todo mês e dá para ele, que não sossega enquanto não aprende os nomes de todas as empresas de ônibus que tem. Haja paciência!!!

Na escola ele está bem melhor. A tia disse que ele não tem batido em ninguém. Mas na Igreja tem aprontado todas. Tivemos um seminário para famílias que foi de sexta a domingo e ele ficou dois desses dias de castigo quando chegou em casa. Deixamos ele sentado num banquinho e depois de um tempinho o pai foi falar com ele. Quando o pai perguntou se ele sabia por que estava de castigo ele disse, com as lágrimas descendo: "Pode ir papai, eu vou ficar aqui. Eu sei o que eu fiz. Pode ir." Fim da história, o pai o liberou do castigo e mandou ele para a cama, me chamou na sala e caímos no choro os dois. Foi muito emocionante vê-lo, tão pequeno, tendo uma crise de consciência. Mas isso é um momento raríssimo.